Salve, meus amigos da Finansfera!
A publicação de hoje não será apenas uma postagem sobre finanças, mas um pequeno relato sobre a importância da disciplina, da paciência e, principalmente, de como o medo pode ser o fator mais caro de qualquer estratégia. Como estamos sem aportes, esse blog viverá de reflexões por algum tempo. Espero que a publicação de hoje ajude você, meu amigo leitor que busca a IF, a não cometer o mesmo erro que esse Contador que vos escreve. Vou revisitar uma época da minha vida de muito sacrifício, quando atingi um marco importante, e o erro que me fez perder a maior vantagem do investimento: o tempo.
A Jornada da Disciplina e o Primeiro Marco
A história da construção de qualquer patrimônio é feita de escolhas difíceis. Naquele tempo, meu salário girava em torno de R$3.000,00 e eu já carregava o peso das obrigações com casa, filho e contas. No entanto, eu tinha um objetivo claro, e com ele, veio uma disciplina implacável.
A regra era o sacrifício total. Lembro de raspar o cabelo em casa para economizar o dinheiro do barbeiro — um detalhe pequeno, mas que mostra o nível de determinação para otimizar cada centavo. Esse foco no objetivo valeu a pena: meu patrimônio alcançou a marca de R$50.000,00. Para a minha realidade da época, era um valor considerável, uma prova de que a estratégia estava funcionando.
O Fator Incontrolável: A Vida tem Outros Planos
É nesse ponto que a gente lembra da realidade brutal do investimento e da própria vida: por mais perfeito que seja o plano, por mais foco e disciplina que se tenha, nós não temos controle de tudo. A vida, e o mercado, têm seu próprio trajeto.
Essa ilusão de controle é o que nos faz sofrer quando a rota muda. O caminho para a riqueza não é uma linha reta; ele exige que sejamos mestres na adaptação. Você pode controlar seus aportes, suas escolhas e seu nível de sacrifício, mas jamais conseguirá controlar o noticiário, os presidentes ou as crises globais. E foi exatamente quando eu me senti mais seguro no meu planejamento que o universo decidiu me dar uma lição sobre humildade e o caos.
O "Joesley Day" e o Teste da Resiliência
Na busca por acelerar o processo, minha carteira estava 100% focada em ações. Eu estava no jogo de risco e, como a vida gosta de testar nossos planos, a crise veio.
Em 17 de maio de 2017, o famoso "Joesley Day", a delação que paralisou o país fez com que meu patrimônio despencasse. Vi o capital que custou tanto esforço e privação corroer da noite para o dia. Aquele susto brutal testou minha resiliência ao limite, e o medo de perder tudo acabou ditando a minha próxima decisão. O mercado se recuperou e, com o susto, realoquei todo o capital para a compra de um apartamento (essa história merece uma publicação a parte).
A Lição Mais Cara: O Plano Acima do Medo
O grande erro, o arrependimento que carrego, não foi a queda em si, mas sim ter deixado o medo quebrar o meu plano.
A verdade é que eu me assustei e abri mão da paciência. Se eu não tivesse me assustado com o efeito da delação na economia e tivesse simplesmente acreditado no meu plano, mantendo a disciplina dos aportes e a determinação inicial, muito provavelmente hoje eu já estaria com um patrimônio considerável, bem próximo do que eu havia traçado como objetivo.
A lição que fica é poderosa: o tempo vai passar — de um jeito ou de outro. Toda vez que nos assustamos e precisamos recomeçar o plano (como é o meu caso novamente), a corrida recomeça, e voltamos ao ponto de largada.
O Peso do Tempo: Uma Reflexão de Quase Dez Anos
De lá para cá, são quase 10 anos. Meu blog entrou num hiato, mas o de muitos amigos da Finansfera persistiu. Vimos blogs fecharem, mas muitos outros se mantiveram firmes, e alguns deles, inclusive, já celebraram a tão sonhada Independência Financeira (IF).
A pergunta que deixo para você, meu amigo leitor, é a mais cruel de todas: o que aconteceu na sua vida nestes últimos 10 anos? As crises vieram e se foram, o mercado subiu e desceu, mas o tempo seguiu. Aonde o seu plano teria te levado se você tivesse simplesmente continuado? É uma reflexão dolorosa, mas necessária para seguirmos fortes.
Não podemos mudar o que já passou, apenas aprender com os erros e seguirmos fortes. Com leveza e positividade, aceitamos que a jornada é feita de recomeços. O importante é não desistir da corrida.
Vamos em frente!
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