Olá, Contadores e Poupadores!
Depois da nossa "Arte da Guerra" contra o vermelho, achei que era justo abrir o jogo e contar como é que o Contador Poupador (sim, eu mesmo!) foi parar nessa gloriosa situação de "gastando mais do que ganha". Afinal, ninguém nasce com boleto atrasado e a genial ideia de ignorar alguns deles temporariamente.
Se você imaginou um guru das finanças que sempre nadou em dinheiro, prepare a pipoca para uma reviravolta digna de novela das nove, só que com menos glamour e mais planilhas no Excel.
Era uma vez, num reino chamado Prosperidade...
Há alguns anos (nem tanto assim pra não me sentir tão velho), a vida financeira desse contador que vos escreve era, digamos, animada. Eu tinha meu emprego formal, que me rendia uns R$10k (bons tempos!), e pra botar mais emoção (e dinheiro) na parada, tocava um empreendimento que me trazia entre R$ 10k/15k líquidos por mês. Era tanta grana entrando que eu mal conseguia acompanhar.
Nessa época, confesso, a palavra "poupar" até existia no meu vocabulário, mas era mais um "quem sabe um dia?" do que uma ação contínua. Afinal, com essa dinheirama toda, parecia que a fonte nunca ia secar (Erro nº1).
A Miragem do Serviço Público e o Fim de um Ciclo de Sucesso.
Eis que surge a oportunidade da vida (ou seria uma pegadinha do destino?): passei num concurso público. O detalhe é que ele era em outra cidade, me deixando uma centena de quilômetros longe da família. A estabilidade, o "nunca mais se preocupar com o fim do mês"... parecia um conto de fadas moderno. O salário? Um pouco menor, na casa dos R$ 7k. Mas, ei, era pra vida toda, certo? (Erro nº2).
Nesse meio tempo, meu querido empreendimento, que me dava tanto orgulho (e dinheiro), chegou ao fim. Não foi por falta de lucro, pelo contrário! O negócio estava indo bem, mas o dono do ponto pediu o prédio de volta, e encontrar outro lugar tão bom e com um preço acessível se mostrou uma missão impossível. Foi como ver aquele castelo de areia que você levou horas pra construir ser levado pela primeira onda. Baque total.
O Desencanto Funcional e o Retorno ao "Mundo Real" (com um baque na carteira)
A vida de servidor público, apesar da estabilidade, não era pra mim. A rotina, a burocracia… e principalmente a distância da família que pesava dia após dia. Sei lá, senti que minhas ambições e minha energia estavam meio que "em stand-by". Depois de um tempo pensando (e repensando, e perdendo o sono), tomei outra decisão "brilhante" (só que ao contrário): pedi exoneração.
A ideia era voltar para o setor privado com a bagagem da experiência e buscar novas oportunidades. A realidade? Me deu um baita chute na bunda financeira. Consegui uma colocação perto de casa, sim, mas com um salário de… R$ 5.000,00. Isso mesmo, uma queda livre de paraquedas furado!
Foi aí, meus amigos, que a matemática básica ficou cruel. As despesas, que tinham se acostumado a um patamar mais elevado (afinal, o bom da vida vicia!), olharam para a nova receita e disseram: "Oi? Acho que você esqueceu de uns zeros aqui". E foi assim que o saldo negativo virou meu novo melhor amigo.
Mas nem tudo está perdido (eu acho!)
A boa notícia (ou a tentativa de ver o lado bom da coisa) é que, nessa época de "vacas gordas" (lembram delas?), eu consegui construir algum patrimônio. Nada de ilhas particulares ou jatinhos (ainda!), mas o suficiente para me dar um respiro e me permitir essa "Arte da Guerra" contra as dívidas, com a esperança de renegociar tudo e recomeçar a construir um futuro financeiro mais… digamos… folgado.
Então é isso, essa é a saga do Contador Poupador, de quase magnata a um salário que, convenhamos, exige um malabarismo financeiro. Mas a lição que fica é: a vida financeira dá umas cambalhotas que nem a gente espera. E é por isso que estou aqui, compartilhando essa jornada real, com todos os perrengues e as (futuras, eu espero!) vitórias.
Um abraço (apertado, igual ao meu orçamento),
CP!
Uma história cheia de capítulos, reviravoltas e valiosos aprendizados!
ResponderExcluirO que mais me chamou atenção foi sua jornada empreendedora — conseguir gerir um negócio enquanto mantinha um emprego formal, e ainda gerar uma renda líquida igual ou superior ao seu salário, é um feito admirável.
Empreender no Brasil parece, de fato, uma batalha diária. Como você bem mencionou, bastou não encontrar um novo ponto com boa localização e aluguel acessível para tudo ruir.
Seria interessante se você pudesse compartilhar mais sobre essa experiência empreendedora — desde os desafios enfrentados até os aprendizados.
Abraços