quinta-feira, 25 de setembro de 2025

010/2025: Disciplina, Crise e o Erro dos R$50K: Porque o tempo passará de qualquer jeito!

Salve, meus amigos da Finansfera!

A publicação de hoje não será apenas uma postagem sobre finanças, mas um pequeno relato sobre a importância da disciplina, da paciência e, principalmente, de como o medo pode ser o fator mais caro de qualquer estratégia. Como estamos sem aportes, esse blog viverá de reflexões por algum tempo. Espero que a publicação de hoje ajude você, meu amigo leitor que busca a IF, a não cometer o mesmo erro que esse Contador que vos escreve. Vou revisitar uma época da minha vida de muito sacrifício, quando atingi um marco importante, e o erro que me fez perder a maior vantagem do investimento: o tempo.

A Jornada da Disciplina e o Primeiro Marco

A história da construção de qualquer patrimônio é feita de escolhas difíceis. Naquele tempo, meu salário girava em torno de R$3.000,00 e eu já carregava o peso das obrigações com casa, filho e contas. No entanto, eu tinha um objetivo claro, e com ele, veio uma disciplina implacável.

A regra era o sacrifício total. Lembro de raspar o cabelo em casa para economizar o dinheiro do barbeiro — um detalhe pequeno, mas que mostra o nível de determinação para otimizar cada centavo. Esse foco no objetivo valeu a pena: meu patrimônio alcançou a marca de R$50.000,00. Para a minha realidade da época, era um valor considerável, uma prova de que a estratégia estava funcionando.

O Fator Incontrolável: A Vida tem Outros Planos

É nesse ponto que a gente lembra da realidade brutal do investimento e da própria vida: por mais perfeito que seja o plano, por mais foco e disciplina que se tenha, nós não temos controle de tudo. A vida, e o mercado, têm seu próprio trajeto.

Essa ilusão de controle é o que nos faz sofrer quando a rota muda. O caminho para a riqueza não é uma linha reta; ele exige que sejamos mestres na adaptação. Você pode controlar seus aportes, suas escolhas e seu nível de sacrifício, mas jamais conseguirá controlar o noticiário, os presidentes ou as crises globais. E foi exatamente quando eu me senti mais seguro no meu planejamento que o universo decidiu me dar uma lição sobre humildade e o caos.

O "Joesley Day" e o Teste da Resiliência

Na busca por acelerar o processo, minha carteira estava 100% focada em ações. Eu estava no jogo de risco e, como a vida gosta de testar nossos planos, a crise veio.

Em 17 de maio de 2017, o famoso "Joesley Day", a delação que paralisou o país fez com que meu patrimônio despencasse. Vi o capital que custou tanto esforço e privação corroer da noite para o dia. Aquele susto brutal testou minha resiliência ao limite, e o medo de perder tudo acabou ditando a minha próxima decisão. O mercado se recuperou e, com o susto, realoquei todo o capital para a compra de um apartamento (essa história merece uma publicação a parte).

A Lição Mais Cara: O Plano Acima do Medo

O grande erro, o arrependimento que carrego, não foi a queda em si, mas sim ter deixado o medo quebrar o meu plano.

A verdade é que eu me assustei e abri mão da paciência. Se eu não tivesse me assustado com o efeito da delação na economia e tivesse simplesmente acreditado no meu plano, mantendo a disciplina dos aportes e a determinação inicial, muito provavelmente hoje eu já estaria com um patrimônio considerável, bem próximo do que eu havia traçado como objetivo.

A lição que fica é poderosa: o tempo vai passar — de um jeito ou de outro. Toda vez que nos assustamos e precisamos recomeçar o plano (como é o meu caso novamente), a corrida recomeça, e voltamos ao ponto de largada.

O Peso do Tempo: Uma Reflexão de Quase Dez Anos

De lá para cá, são quase 10 anos. Meu blog entrou num hiato, mas o de muitos amigos da Finansfera persistiu. Vimos blogs fecharem, mas muitos outros se mantiveram firmes, e alguns deles, inclusive, já celebraram a tão sonhada Independência Financeira (IF).

A pergunta que deixo para você, meu amigo leitor, é a mais cruel de todas: o que aconteceu na sua vida nestes últimos 10 anos? As crises vieram e se foram, o mercado subiu e desceu, mas o tempo seguiu. Aonde o seu plano teria te levado se você tivesse simplesmente continuado? É uma reflexão dolorosa, mas necessária para seguirmos fortes.

Não podemos mudar o que já passou, apenas aprender com os erros e seguirmos fortes. Com leveza e positividade, aceitamos que a jornada é feita de recomeços. O importante é não desistir da corrida.

Vamos em frente!


 

 

 



quarta-feira, 24 de setembro de 2025

009/2025 - A Tirania do Algoritmo e a Pergunta Cruel: Quem Tem Tempo Para o Que Importa?

Salve, leitores!

Hoje a reflexão é um pouco mais pessoal e, talvez, até um soco no estômago (o meu, principalmente). A pergunta que não quer calar e que vive rondando a minha cabeça é: Quem, de fato, tem tempo para acompanhar um blog? Ou, mais ainda, quem tem tempo para se dedicar a escrever um?

Essa não é a primeira vez que tento manter a assiduidade com o Contador Poupador. Como mencionei no último post, esta é a nossa versão 2.0. No passado, a falta de tempo – ou, para ser mais honesto, a má gestão da prioridade – me fez abandonar o projeto por um longo hiato. A vida, com seu ritmo frenético de trabalho, contas e obrigações, simplesmente engoliu a intenção.

E essa é a armadilha que vivemos hoje. Olho para os blogs que sigo, as leituras que amo, os pequenos prazeres que de fato me trazem conteúdo, e percebo: eu mal consigo acompanhá-los. Adoro ler os fechamentos de carteira de vocês, as reflexões sobre liberdade, mas frequentemente tenho que devorar o conteúdo em pequenas doses roubadas do meu cotidiano.

O Ritmo que Não Escolhemos

Por que vivemos nessa velocidade esmagadora? A gente se afunda em um ciclo: trabalha-se muito para pagar contas, e o pouco tempo livre que sobra é vendido para os algoritmos. Passamos horas rolando feeds, consumindo vídeos curtos e manchetes que nos mantêm em um estado constante de alerta e agitação, mas que, no fim, nos deixam vazios e sem conteúdo. É uma vida cheia de estímulos, mas pobre em significado.

Estamos sendo manipulados para valorizar a freneticidade em vez da profundidade. O algoritmo adora a sua falta de tempo; ele lucra com a sua agitação. Ele te convence que o tempo gasto lendo um texto longo, ou refletindo sobre o que de fato importa (como uma jornada de poupança ou uma simples leitura), é tempo perdido.

A Escolha Contra o Vazio

Se a vida é finita, o tempo é o nosso recurso mais valioso. E se estamos gastando esse tempo perseguindo um ritmo que não escolhemos, estamos nos afastando do que realmente importa: a saúde, as relações e, sim, o prazer de fazer algo que gostamos.

Para mim, escrever aqui é uma forma de rebeldia contra essa agitação. É forçar a pausa, organizar as ideias e priorizar uma atividade que me dá conteúdo em um mundo de puro scroll. É uma forma de dizer: o que importa é o que eu escolho consumir, e não o que me é empurrado.

Um abraço e que a gente consiga diminuir o ritmo,

CP!



 

008/2025 - Origem dos Centavos: A Inspiração que Virou a Versão 2.0 do Contador Poupador

Salve, meus leitores! Tudo bem com vocês?

Hoje vamos de #TBT (na quarta-feira) em um post que é puramente filosófico e de gratidão.

Como vocês sabem (ou talvez não saibam, já que a memória do Google é seletiva, rs), o Contador Poupador que vocês leem hoje é, na verdade, uma versão 2.0. Nosso projeto teve uma primeira vida anos atrás, depois entrou em um daqueles hiatos longos em que a vida real simplesmente engole a gente, e agora retornou com mais foco, mais propósito e, espero, com mais constância.

Mas todo projeto tem um ponto de ignição. E o meu foi o blog Mestre dos Centavos.

Eu conheci o Mestre na época em que eu recém havia me formado em Contabilidade. Eu não estava no vermelho, estava começando a "ajeitar" a vida, cheio de teorias na cabeça e com o diploma na mão. A arrogância que só a juventude nos dá me fez pensar: "Eu tenho muito a ensinar ao mundo, vou escrever um blog".

O Mestre falava a língua real do "pobretão" que quer virar o jogo, sem firulas. Ele me mostrou que era possível falar de dinheiro de uma forma que não fosse chata e, mais importante, me deu o empurrão inicial para começar a registrar a minha própria caminhada. Ele falava de temas complexos de finanças, mas com a leveza de quem está tomando uma cerveja com os amigos. O tom dele era irreverente, mas a mensagem era clara: uma mente organizada pode fazer centavos virarem milhões.

Apesar do Contador Poupador 1.0 ter entrado em hibernação — porque a vida, com seus perrengues e imprevistos, sempre nos coloca no lugar (e me ensinou a ter menos teoria e mais prática) — a semente plantada pela inspiração do Mestre nunca morreu. Se não fosse por essa inspiração no passado, provavelmente eu não teria voltado com a versão 2.0 do Contador Poupador agora, mesmo depois de todos os perrengues (e vocês sabem que tivemos alguns bons sustos!).

O Mestre dos Centavos se tornou o ponto de partida do meu projeto. É um lembrete constante de que a jornada é nossa, mas a inspiração pode vir de onde menos esperamos.

Um salve e um abraço forte ao Mestre, onde quer que ele esteja!

CP. 

Julius 

007/2025 - O Trabalho de Aceitar: Quando a Vida Pede Calma e a Planilha Espera

Um Salve aos meus poucos, mas valorosos, leitores!

Estou de volta mais uma vez, e desta vez o papo não é sobre a "Arte da Guerra" ou a ascensão heroica da nossa Carteira da Redenção. O assunto é mais sobre o trabalho de aceitar que, por mais que a gente planeje, nem tudo está sob nosso controle.

Nós, que estamos na jornada da poupança e da liberdade financeira, somos viciados em controle. Queremos a planilha perfeita, a rentabilidade garantida, o aporte constante, o futuro desenhado a lápis e caneta. Mas aí a vida, essa mestra do improviso, chega e diz: "Calma lá, meu filho. O roteiro é meu."

É exatamente o que está acontecendo por aqui. Para o mês de Outubro, tínhamos um plano. Tínhamos metas. Mas, mais uma vez, a vida resolveu nos colocar à prova através da saúde. Como vocês sabem, nosso fiel companheiro de quatro patas, está enfrentando uma doença grave e exigindo cuidados e custos que não dão para adiar ou ignorar.

A Despesa que Vira Prioridade (e a Lição que Fica) 

Não teremos aportes em Outubro. E quer saber? Está tudo bem.

Sei que essa é a notícia difícil para a planilha, mas é a decisão correta para a vida. Nesses momentos, a gente percebe o que é prioridade de verdade. De que adianta ter um futuro financeiro brilhante se o presente está em pedaços?

O grande trabalho de aceitar é entender que os imprevistos vão acontecer. Eles não pedem licença, não olham a nossa DRE pessoal e não esperam a melhor época do mês. E é aí que entra o valor, não só do dinheiro que a gente guarda, mas da filosofia que a gente constrói.

A cada novo desafio com a saúde, por mais doloroso que seja, eu me lembro: se não fosse pela reserva que começamos a construir (e que mal saiu do chão!), essa situação seria infinitamente pior. Estaríamos endividados e desesperados, somando a dor emocional à dor financeira.

O Copo Meio Cheio da Incerteza e a Mudança de Rota

A falta de controle é assustadora, mas ela também nos ensina a ter resiliência. Aprendemos a respirar, a reorganizar o plano e a priorizar a nossa vida sobre o nosso patrimônio, sabendo que o patrimônio serve exatamente para blindar a nossa vida nos momentos difíceis.

Por motivos óbvios, e para garantir que o foco seja 100% na recuperação do nosso pequeno amigo, é muito provável que não haverá novos aportes nos próximos meses.

Portanto, as próximas publicações terão um cunho mais filosófico e reflexivo do que de "balanço financeiro" propriamente dito. O blog continuará firme, mas o foco será nas reflexões sobre vida, trabalho e frugalidade, enquanto a poupança faz o seu trabalho silencioso de proteção.

Então, por aqui, o mês de Outubro e os próximos serão de foco total na saúde. A planilha vai esperar, mas a nossa cabeça fica tranquila porque já não estamos mais partindo do zero. A disciplina de hoje nos dá o fôlego para lidar com a falta de controle de amanhã.

Um abraço (e energia positiva para quem está passando por seus próprios imprevistos!),

CP!

 


segunda-feira, 1 de setembro de 2025

006/2025 - O copo meio cheio: O Inverno Chegou e a Reserva Salvou

Olá, caros poupadores e acompanhantes desta jornada!

É, eu sei. Eu sumi! Foram longos 91 dias, um trimestre de silêncio por aqui, e eu peço mil desculpas pela ausência. A vida, essa velha caixinha de surpresas, me deu um bom sacode e acabou me puxando para o "mundo real" por um tempo. Mas, como sempre, a volta é com novidades – e algumas reflexões que só o tempo e uns bons perrengues nos trazem! Onde eu estava? Nas trincheiras da poupança e da vida real!
A boa notícia é que, nesses 91 dias de hiato, a "Carteira da Redenção" não ficou parada. Pelo contrário! Com um misto de disciplina, algumas apertadas aqui e ali, e a persistência de um maratonista que só vê a linha de chegada, conseguimos amealhar, vejam só, quase R$ 9.000,00! Sim, meus amigos, aquele primeiro "milão" que comemoramos lá atrás agora têm alguns irmãos e primos, engordando nossa reserva. Isso, por si só, já seria motivo de festa e fogos de artifício, certo?

Mas a vida… ah, a vida tem um senso de humor peculiar!
Como bem sabemos, nem tudo são flores no jardim da vida (ou na planilha do orçamento). Durante esse período de reclusão e foco financeiro, o destino resolveu testar nossa resiliência. Meu fiel companheiro de quatro patas, nos deu um susto daqueles com uma doença grave. Dias e noites de preocupação, visitas ao veterinário e, claro, um bom punhado de notas que voaram mais rápido. Seu estado ainda é grave, e por óbvio, as despesas não vão cessar por aqui tão cedo.
E, para completar o combo de "emoções fortes", o inverno deste ano resolveu mostrar toda a sua ferocidade por aqui. Frio que entra pelos ossos e que, infelizmente, pegou de jeito a minha pequena filha. Noites mal dormidas, aquela aflição de pai e mais idas e vindas à farmácia e ao pediatra.

O Lado B, ou melhor, o Lado "Bônus" da Reserva de Emergência!


Sem um mínimo de planejamento financeiro, esses episódios seriam sinônimos de desespero e, invariavelmente, de mais dívidas. Seria ligar para o gerente do banco, pedir empréstimo, ou se virar com o cartão de crédito a juros que fariam um agiota corar. Seria mais um prego no caixão da nossa já combalida saúde financeira.
Mas, e aqui vem a grande "pílula de esperança" por trás do sumiço: por causa daqueles R$ 9.000,00 que a gente estava guardando com tanto carinho, conseguimos passar por tudo isso sem recorrer a um único centavo de empréstimo/crédito!
Foi a nossa reserva, ainda em formação, que aguentou o tranco. Foi ela que nos deu a tranquilidade (dentro do possível, claro!) para focar na saúde do doguinho e da pequena, sem ter que somar à preocupação principal o fantasma das contas impagáveis.

A lição da ausência:

A vida acontece, e ela não espera a gente estar com a planilha em dia ou com o blog atualizado. Ela joga a bola e a gente tem que chutar. E o que se pode inferir nesses 91 dias é que a verdadeira "Arte da Guerra" financeira não é só acumular, é se preparar para a batalha. É ter um escudo, uma armadura, mesmo que ainda meio enferrujada ou em construção.
Então, sim, o hiato foi real, as preocupações foram grandes, mas o copo está "meio cheio" de gratidão. Gratidão por ter iniciado essa jornada, e por hoje poder dizer que, apesar dos sustos, seguimos de pé, sem novas dívidas, e com a certeza de que cada real poupado é um tijolo a mais na construção da nossa tranquilidade.

Até o próximo post (e espero que não demore outros 91 dias)

Um abraço, CP!